sábado, 22 de fevereiro de 2014

Minha alma também é esguia, mas fria não é.

Sou desafortunada de palavras tão belas quanto as tuas. Perdoe qualquer erro de grafia ou pontuação, isso aqui é uma declaração de amor indireta.

Escrevo agora como quem aperta esse teclado duro com apenas uma das mãos. Com a outra seguro o coração aflito que tive que arrancar do peito. Hoje pela manhã não penteei os cabelos, joguei água gelada no rosto e lavei a boca pra ver se tirava de mim o gosto de fumo do teu beijo. Tive com você um sonho de candura durante a noite. Releve, fui acometida por um resfriado, queimei de febre a madrugada inteira. Vai ver é tudo delírio. (Ou não)

Muito me atordoa ao mesmo tempo que alegra essa sensação que tenho cultivado aqui dentro por você. Aliás, no plural: essas sensações. Sinto por ti um tesão imenso e um começo de um amor louco, e sem precedentes. Não me senti assim em nenhum tempo.

Não sei mais o que te dizer ou fazer, nunca tive de me empenhar tanto numa conquista - embora acredite que isso vai além de uma simples conquista -. Pode parecer meninice minha - e talvez seja mesmo -, mas penso em ti o tempo todo. Não tenho em mim nem um pingo de cautela, tudo o que quero, quero pra ontem; mas você é de uma delicadeza tão surpreendente que me encanta, me cativa e me prende. Sem conotação sexual alguma: meu homem é você. E por isso eu espero.

Juro por todos os santos: sou um problemão, um problemasso; mas se por algum motivo você quiser abraçar esse enigma e toda essa confusão que eu sou, eu prometo tentar não ser tão afoita e esperar o seu tempo.

Só quero que me diga que me quer também e que a mesma confusão que me causas, eu te causo também. Também morro de medo, homem. Acabei de ser agredida da maneira mais covarde possível por alguém que eu amava, que aboletei no meu peito como um amigo. É difícil para mim tanto quanto é para você, confiar em alguém. Você foi golpeado no peito, eu tive o corpo lacerado sem ter chance de me defender. Minha alma também é esguia, mas fria não é.

Não posso te julgar pelo que vivi. Você não é culpado do meu passado e não me cabe condená-lo pelo mal que não cometeu.

Você me é uma página em branco que aguarda ansiosa para virar poesia. Não te assustes, mas saiba que consigo enxergar através das tuas muralhas. E te vejo tão lindo e maculado, que te encaixo no corpo como se fosse uma música do Caetano.

Se eu tivesse um país para mim, ah!: tua risada seria o hino nacional.

Meu amor é essa jura crua que te escrevo agora. Meu amor é um problema que pode até ser que te inspire lindos poemas, mas por hora ele é só o que cabe no espaço finito dessas palavras.

Meu amor é essa promessa simples de uma mulher que foi muito ferida e, hoje, é uma descabelada-apaixonada-viciada-em-ansiolíticos. Meu amor será eterno enquanto você o quiser.

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