O amor é a dádiva mais preciosa que o ser humano pode possuir e
hoje sem dúvidas, digo que também é o fardo mais irreversível e
pecaminoso em que a alma se enreda. O amor dói, Francisco. E é de uma
dor tão intensa que não possuí antídoto ou cura pré-especificada. O amor
é uma doença, querido. Uma doença com que aprendemos a conviver; diferente de
algo como hipertensão, o amor é uma doença mais imediata.
Quero que saiba que eu quis mais que dormir ao seu lado, quis mais
que ser a menina com que você se engraçava. Quis ser tua paz, tua
loucura sã, tua tormenta. Eu quis ser tua heroína, quis estar nas tuas
veias e pulsar no teu coração. Eu quis tanto ser tua, dividir os lençóis
e o teto contigo. E quis tanto ser o teu amor. Quis ser teu tudo e
no fim, nada fui.
Tuas palavras traiçoeiras ludibriaram meu coração ingênuo e o
partiram. Essa dor me consome, você não vê? Meu sofrimento não mais te
dói. E assim eu deveria fazer também, mas não sou de ferro, Francisco. Meu
coração é tenro e ainda é terra tua.
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