quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Você conversa com as máquinas, mas máquinas não sentem.

Tuas máquinas gruem, arranham, emperram. Eu choro. Tuas máquinas só precisam de uns comandos ali, um pouco de óleo acolá e voila! Eu preciso do teu amor, da tua atenção. Tuas máquinas não exageram, implicam, choramingam; eu faço isto, e com frequência. Mas querido, máquinas também não beijam, não amam, não colam em você com fervor. 

Tuas máquinas precisam de ordens, comandos sem fim, sequências numéricas que implicam em códigos e mais códigos para emitirem algum resultado. Já em mim o resultado de um simples beijo teu é uma eufórica sensação de excitação. As máquinas não falam nem retrucam, elas não te respondem nem fazem birra, mas máquinas, querido, não sentem.  

Os danos irreparáveis que uma máquina pode causar são prejuízos financeiros, substituíveis. Eu causo danos a tua saúde emocional. Sou eu um furacão sem dimensões contáveis. 

Tuas máquinas não sentem, homem! 

Mas elas veem o que eu te faço sentir e os arrepios que provoco em tua pele esbranquiçada. Porque tuas máquinas arranham as coxas, rasgam teu jeans gasto, mas eu arranho tua alma. Eu sou o barulho pelo qual sua alma pede.


Fernanda F.

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