quarta-feira, 25 de junho de 2014

Vermelho é a cor mais quente

Meus lábios te correm o corpo, 
desvendam-te,
desnudam-te, 
devoram-te.

És a mais pura forma de arte:
real.

Desabrocha devagarzinho,
cada dia um pouco mais.
Impaciente, digo:
se abra – para mim -.

Ainda acanhada, você questiona e
sorri boba.

Interrompo.
Penetro.
Você grita.
Eu peço bis.
De novo. Quero mais.
Mais alto.

Sou tua cor agora
e somos uma coisa
só.

A arte agora sou eu, amor.
Olha minha cor, tua cor,
nossa arte.

Separo as sílabas do teu nome
entre gemidos e respirações – ora profundas,
ora curtas e seguidas -.

O enredo é você, 
a coreografia é minha.
Eu mando, você obedece.
O quê?
Vira tudo outra vez.

Pinta a mim.
Printa a mim.

Permita-me beber,
banhar,
benzer.
A mim mesma;
com você.

Você é da cor da tua luta.
Eu sou da tua cor.

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