Meus lábios te correm o corpo,
desvendam-te,
desnudam-te,
devoram-te.
És a mais pura forma de arte:
real.
Desabrocha devagarzinho,
cada dia um pouco mais.
Impaciente, digo:
se abra – para mim -.
Ainda acanhada, você questiona e
sorri boba.
Interrompo.
Penetro.
Você grita.
Eu peço bis.
De novo. Quero mais.
Mais alto.
Sou tua cor agora
e somos uma coisa
só.
A arte agora sou eu, amor.
Olha minha cor, tua cor,
nossa arte.
Separo as sílabas do teu nome
entre gemidos e respirações – ora profundas,
ora curtas e seguidas -.
O enredo é você,
a coreografia é minha.
Eu mando, você obedece.
O quê?
Vira tudo outra vez.
Pinta a mim.
Printa a mim.
Permita-me beber,
banhar,
benzer.
A mim mesma;
com você.
Você é da cor da tua luta.
Eu sou da tua cor.
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