minha carne rasga,
sangra
e apodrece em silêncio;
ninguém vê.
os demônios que guardo aqui dentro,
ah deus!
são companhia zelosa,
de prosa
e reza
sem fim.
pode até ser
que qualquer dia dê certo,
essa coisa de morrê.
pelo sim pelo não,
aposto em pedidos e promessas
pagãs
ao ser que tudo vê.
minha história é triste,
de luta,
e você sabe,
dor não dá samba.
mas a gente continua,
como quem engole
comida crua e sorri.
sorri à dor
e acena - que cena, enfim -
uma hora se cerra,
encerra,
e a gente caminha pro fim.
e a gente caminha pro fim.
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