terça-feira, 22 de outubro de 2013

Eu me desmancho por você, Chico

Te aceito com as tuas manias, teus defeitos e tua barba por fazer. Aceito-te, Francisco, com a sua mania feia de beber. Te aceito com o sorriso maior que a boca e o olhar maior que os olhos; te aceito nem sei porque e se sei, não quero dizer. Te aceito e pronto, Chico. Te aceito e ponto.

Faz careta, boca torta, fecha os olhos. Nem se quer uma fotografia descente você consegue tirar. Sempre querendo fazer piada de tudo, dando análises lógicas do que se precisa ver com os olhos do coração...

Você e seu amor pelos números; você e seu estranho amor por mim… Morena voluptuosa, escandalosa, de coração maior que o peito. Como pode? Todo-todo. Letrado, vivido, cheio de bons amigos. (Será que isso é certo?) Interessar-se por mim? Logo por mim?

Sempre fazendo a coisa errada no momento certo e me reconquistando com apenas um sorriso. Um só.

Olha pra mim, Chico. Sem rir. Só olha. Meus maiores segredos estão guardados nos teus olhos, meu querido.

Você que troca longas conversas por curtas bebedeiras, sem hora pra chegar e com hora pra sair. Aprendi a dormir acompanhada e, acordar sozinha. Na hora H, você desaparece, mas reaparece logo, todo malandro, sempre cheio de saudades. Teu cheiro, teu beijo, teu olhar… Ah! Estão todos tatuados nessa esquálida alma que eu tenho.

Ninguém te arranca de mim, homem!

Você traz cor pra minha vida, Chico. Você ilumina até os meus dias mais escuros.

Você quer ser grande, eu só quero ser sua.
Você quer o céu, eu só quero seus beijos.
Você quer a mim, eu quero a você. Simples assim.

Não sei se daria certo: você assim, eu assim. Minha bossa, teu samba, meu pagode, nosso rock barulhento...

Só sei que te aceito, assim, do jeitinho que você é. Eu te aceito. Nem precisa me pôr uma aliança no dedo, te aceito do mesmo jeito sem nem me perguntarem. Te aceito com fedor de cachaça, com olheiras, mal humor. Te aceito, Chico; e te cuido. E te amo. Porque, Chico, eu me desmancho por você.

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