você estranha o que tenho de mais bonito,
mas quando comigo, sozinho num quarto
pequeno, sereno, escuro
quatro por quatro,
de nada reclama.
tudo lhe apetece
e você em gritos e gemidos
agradece
a minha promiscuidade.
sou um todo.
estranho, estreito, perigoso.
sou amor,
dor,
prazer e
torpor.
você até tenta,
se esforça,
concentra.
tudo em vão.
minha grandeza é pequena demais
pros teus olhos,
dois oceanos de profundo nada.
nadar: eu nado,
você nada.
nada mesmo.
coisa alguma.
nenhuma merda é pouca bobagem.
indago, confusa: será?
você confunde,
instiga,
não cede - repete.
e nada diz.
meu fogo você apaga com gasolina
e depois,
como quem ensina,
silencia o meu desejo.
puta, profana, vadia:
me chama! - eu digo.
você obedece.
minhas ordens não questiona,
quando a você elas são benéficas.
me pede calma, que espere e
releve.
eu digo não.
não mais.
e chega.
fim.
ou não,
interrogação?
tesão
e amor,
um porém,
até a próxima linha.
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