terça-feira, 10 de junho de 2014

Ah, mulher! Que mulher!

Encaixo-me no vão das tuas coxas e ergo olhos até que eles encontrem os teus, respiro fundo mais de uma vez, as palavras estão presas. Falo com os olhos, dedos, lábios, cheiros. Falo sem coisa nenhuma dizer e grito: a você eu amo. Partindo deste princípio: entrelaço meus dedos, imaginariamente, nos teus belos cachos e enquanto eles me formam anéis, sorrimos juntas e gargalhamos também. Tua gargalhada, mulher, é uma delícia! Sem a tua roupa, você é só minha.

Se não fossem os nossos desencontros, meus pés trilhariam teus caminhos.

Agora fecho os olhos. Nem minha cerveja e uma roda de bêbados são capazes de explicar porque é que eu fui me apegar tão rápido assim. Indago ainda e choro baixinho. Concluo: Você é outra história.

"Não é coisa d'uma noite só", eu digo. E completo: "Naquelas trilhas eu quero me perder para sempre". Apaixonada, saquei tudo e você, nada; já diria Ana Cristina.

Te rascunho e rabisco. Escrevo nos teus seios o meu nome com riscas de um batom vermelho-carmesim, penso mil coisas e tramo também, você não imagina. Tuas qualidades, mulher, são tantas que mal consigo enumerar. Teus pecados são muitos e só me fazem te desejar ainda mais.

O peito inflamado grita agora e suspira de dor e saudade, e vontade também. Somos um ou dois em um; só sei que quando falam de nós, somos pura poesia de volúpia, escárnio e amor. Somos do tamanho do mundo e nenhum molde nos retém.

Meu peito, mulher, tem um buraco do tamanho das tuas medidas. Teu silêncio me apunhala e eu, sofro calada. Já cuspi em tanta gente, fiz samba de tanto afeto que me foi devotado, beijei tantas bocas, manchei tantos lençóis e hoje, mulher, sou assim: só tua.

Rendo-me todo santo dia às tuas carícias e carências, rendo-me aos teus gritos de tesão e peço bis. No último mês, morri de amor por ti pelo menos cinco vezes ao dia, sete dias por semana. Sem folga. Todo alvorecer te descubro de novo e me encanto de novo; estou presa nesse ciclo, adorando esse novo vício: você.

Talvez você nunca aceite meus defeitos, mas queria que soubesse que daqui, desse cantinho, eu só faço amar os teus.

Tua boca tem a forma do meu desejo, teus seios encaixam certo entre os lábios meus. O teu mel eu quero beber, mulher! E de manhã, outra vez, prometo lhe pedir em casamento, se você prometer aceitar de novo.

Tento, enquanto a fito em minhas memórias, te fazer estas promessas outra vez e agradecer com todo o o meu coração, por você existir. Feliz teu dia, feliz meu dia. Todo dia eu me sinto especial, por ser tua, tua mulher.

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