quarta-feira, 4 de junho de 2014

Mas você não cabe entre as minhas aspas...

Leio-te assim: como a pura volúpia em forma de poesia. Vertical, que desabrocha, cresce. Leio esse texto em letras garrafais que é você e pouco a pouco me permito fantasiar o encaixe das minhas linhas nas tuas, da minha história na tua, da minha prosa na tua poesia.

Aqui fora tudo urge: o tempo, o que sinto, o que quero. Tudo em torno me mostra que você é grande demais para caber entre as minhas aspas, mas encaixa perfeitamente entre as minhas pernas. E essa é a linda história que eu tenho pra contar.

 Tua vida é própria, tua voz é grito. Mulher de força, de garra, de luta e cheia de amor pra dar - e será que dá? -.

A vida contigo é uma eterna descoberta, uma página em branco onde a gente rascunha mil finais felizes todos os dias. Te vislumbro, te fito, te admiro, te idolatro, te tiro toda a roupa, te mimo e amo. Para cada uma das ondas nos fios dos teus cabelos eu faço uma jura de um amor que se renova e cada vez que te ouço suspirar, sou forçada a pensar no quanto eu queria poder tatuar os vibratos dos teus gemidos no meu corpo inteiro.

Meu exagero lhe é aprazível e adorável. Escrevo-te quase que o tempo inteiro como quem, pela primeira vez, morre de medo de compartilhar os lábios de quem ama. As melodias que tocam no rádio agora, enquanto corro meus dedos por estas teclas e te redijo outra jura, são quase que em absoluto todas sobre um amor bonito e levinho feito o nosso. Agora sorrio boba enquanto imagino o cheiro dos teus cabelos anelados no meu travesseiro.

(Me ouças;
Me leias;
Me engula.
Agora - se possível.)

Devoto à ti toda essa coisa bonita e sem nome que sinto agora; rogo para que encontres nas minhas entrelinhas esse medo todo do mundo que sinto agora e abrace, mesmo que não entendas. Poetiso agora: minha melancolia incurável quando te encontra é uma rima docinha.

Ficou tudo mais bonito desde que você chegou. 

Não 
te
vá.
Nunca 
mais.

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