Sobe à boca agora uma ânsia análoga a de beijar-te;
ânsia do desejo,
desejo de ter nos lábios os teus lábios:
os outros,
os de baixo.
Fecho os olhos, travo a língua,
prendo entre os dentes as palavras que soariam como gemidos.
Tua volúpia me encanta.
Como mais posso dizer isto?
Alfabeticamente:
Auréolas,
boca,
barriga,
boca,
boceta – minha palavra favorita -,
coxas.
Tudo outra vez.
Sobe à garganta outra ânsia agora:
saudades.
saudades.
Doem e ardem
e rangem baixinho como quem cerra os dentes.
Sobe tudo,
menos a saia.
Bota de lado,
tudo de ruim,
até a calcinha.
Não engulo a ânsia, amor.
Engulo você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário