terça-feira, 1 de julho de 2014

Minhas juras são pequenas para a tua grandeza.

Não posso te jurar o que não posso cumprir. Sou o que vês, assim mesmo, pequenina no molde, transbordando a forma. Não caibo aqui, amor, sou poesia e poetisa, pecado e perdão; sempre entre extremos, exitante e excitante com os cabelos negros que caem sobre os seios como mortalha. O que posso dizer é que mesmo com uma pá de coisas ruins para a viagem, tudo pode ser muito bonito.

Duas ou três vezes na semana morrerei de ciúmes, no resto do tempo, de amor.

Três ou quatro vezes durante o dia ligarei para saber como está, no resto do tempo, estarei imaginando-te nua nos braços meus.

Inúmeras vezes durante o mês te escreverei sobre esse amor que não me cabe no peito, esse mesmo que você cativou.

A culpa é tua. Toda tua. E sempre será.

Meu riso frouxo, as gargalhadas que não foram regadas a álcool, as vezes que valso sozinha e despida na frente do espelho. Tudo culpa tua.

Mulher tão bela que desperta meus mais fortes instintos. A culpa é tua, formosura de mulher em forma de gente. A culpa é tua porque me arrastou pra luta que é deixar o luto para trás e me faz, dia após dia, desabrochar uma pétala nova.

A culpa que, na verdade, não é culpa. É redenção. A cura é tua. É minha. Você é a paz, a minha.

Nos braços teus sou tela em branco, caderno de páginas limpas, música que ainda não tem acordes. Sou a arte que existe apenas no artista, que surge aos poucos, tímida. Sou o atravanco que você puxa com gosto, exibe com orgulho e ama como quem ama parte de si. Você me tece uma teia, me protege e faz de mim parte de ti. Funcionamos às metades, seguro daqui, você daí – se soltarmos o barco afunda -.

“Te ensino a nadar, juro!”, por você até poeta marginal se torna romântico. E eu que não sou obra completa nem pura poesia, escrevo-lhe em prosa o que meu coração todo-todo grita bem firme: É tudo sobre você, mulher.

A[r]mada mulher!

Mulher de garra, de luta, de força, de desejo, de ser minha.

Te amar é a coisa mais levinha que faço da vida. O peso todo, querida, vem do tentar conciliar a costura dos retalhos do meu coração com a tarefa mais bonita que eu recebi na vida: te aninhar, acarinhar e amar-até-dizer-chega.

Desabo em lágrimas enquanto lhe escrevo, as horas não passam. Falta pouco - repito para mim mesma -, muito-pouco-quase-nada. O que lateja aqui neste peito é a vontade de ter teu corpo colado nos lábios meus que supera, em absoluto, minhas certezas e dúvidas. Em tempo: te quero tão grande que a voz que aqui te fala, berra.

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